quinta-feira, 5 de março de 2009

Coldplay – ‘Viva la Vida’

quinta-feira, 5 de março de 2009
Um álbum questionador e espiritual do pop/rock britânico.

Eu ouço sinos tocando em Jerusalém
Coros de cavaleiros romanos estão cantando
Seja meu espelho, minha espada, meu escudo
Meus missionários em um campo desconhecido
Por alguma razão que não posso explicar
Eu sei que São Pedro não vai chamar o meu nome
Nunca uma palavra honesta
Mas isto foi quando eu governava o mundo.

- Viva La Vida

Mais uma vez o Coldplay mostra-se um pilar do pop/rock britânico com um estilo de som que navega na textura e no ambiente. Mais uma vez eles lançaram um hit, o álbum Viva La Vida (Capitol Records), que vendeu mais de 720 mil cópias na primeira semana. Mais uma vez trata-se de um álbum repleto de temas espirituais, em uma embalagem com mais imagens bíblicas do que o álbum de 2002, A Rush of Blood to the Head, e o de 2005, X&Y, juntos. Mais uma vez muitas frustrações são expressas através das letras das músicas do Coldplay. A banda é, no mínimo, sólida.

Considerando que muitas bandas clássicas foram reveladas através das críticas, como o abstrato U2 e o absurdo The Beatles, é estranho que alguns críticos sejam tão rápidos em julgar as músicas do Coldplay sem sentido. A maior parte dos membros da banda, em entrevistas anteriores, compartilharam abertamente uma crença em Deus e algum conhecimento sobre a religião cristã. Diante de todas as referências espirituais consistentes deste álbum, faz algum sentido continuar falando tanto sobre o estilo deles? O Coldplay também tem mostrado que a seqüência das músicas é importante para o trabalho deles, explorando o Viva La Vida faixa por faixa.

Depois de estabelecer um esperançoso humor à la U2 com seu curto instrumental de abertura em Life in Technicolor, o Coldplay imediatamente muda para o sombrio Cemeteries of London, que parece um antigo pop inglês alternativo. A letra de Chris Martin sugere uma história de “fantasmas” que nos leva a imaginar quem são “eles”: “À noite eles caminham até o amanhecer... pelas ruas escuras eles buscam ver Deus à sua própria maneira”. A parte mais importante vem depois, quando Martin descreve uma religião sem um relacionamento, uma crença comprometida por uma falta de fé:

Deus está em casas e Deus está em minha cabeça
E em todos os cemitérios de Londres
Eu vejo Deus entrar em meu jardim, mas não sei o que ele diz
Pois meu coração não estava aberto


Porque essa secura espiritual? A resposta pode se tornar mais clara depois, em Violet Hill, mas o tema adjacente de Lost! é o que aqueles que estão confusos não alcançam. Há um estranho pessimismo que permeia a música, com o clima criado pelo órgão e pelo ritmo.

Á partir daqui, 42 abre com uma melancólica balada ao piano, semelhante à de John Lennon em Imagine, enquanto pondera sobre a vida eterna: “o tempo é curto e eu tenho certeza de que existe algo mais”. A música passa para uma reminiscência do alt-rock do Radiohead com “Você não conseguiu chegar ao céu, mas chegou perto”. Qual o significado do número? Bem, além de ser o resultado de 6X7, é também uma resposta cômica à vida, ao universo e toda a sátira do romance The Hitchhikers Guide to the Galaxy. Parece ser mais que coincidência que o Coldplay use um número associado a esta questão existencial numa música tão focada na natureza da vida eterna.

O álbum volta com músicas mais cheias de esperança e letras como em Lovers in Japan, uma canção pop, alegre, que lembra o incentivo do apóstolo Pedro (em I Coríntios 9) a perseverar a despeito da adversidade: “Amantes, mantenham-se na estrada onde estão/Corredores, até a corrida ser corrida”. Sim, isto significa prosseguir mesmo quando enfrentamos problemas éticos, como a guerra: “Soldados, vocês têm que vigiar/Às vezes, até o certo é errado”. Porque através de tudo, nós olhamos adiante com esperança: “mas eu não tenho dúvida/Um dia nós vamos escapar... um dia o sol vai sair”. A música flui para uma tranquila coda chamada Reign of Love, voltando à esperança pessimista ouvida antes em Lost!:

Reino de amor, na igreja esperamos
Reino de amor, de joelhos eu oro
Como eu queria ter falado...
Para longe ser levado A um reino de amor.


Isto leva a Yes, a faixa mais dark do álbum, com Martim abraçando um recém descoberto contrabaixo para seus usuais tenores e falsetes. Entrelaçado com cordas exóticas, ele canta as tentações do mundo que nos levam a nos desviar:

Quando isso começou estávamos tão bem
Mas a noite nos fez de idiotas à luz do dia
Sim, estávamos morrendo por frustrações
Cantando “Senhor de chumbo não me deixe cair em tentação”
Mas não é fácil quando ela volta pra você
Desde que ela se foi...
Deus, só Deus sabe que tenho tentando o meu melhor
Mas estou cheio desta solidão


Novamente a música flui para uma nova coda, desta vez a mais instrumental Chinese Sleep Chant - sou eu o único que percebe ecos de uma oração que parece dizer “salve-nos” e “em breve” na voz bastante reverberada de Martin?

A bela textura do single do Coldplay, Viva La Vida leva o nome da última pintura de Frida Kahlo (Os Melões) antes de sua morte. Mas as letras nunca se referem ao título (ou a melões), inspirado, assim como a capa do álbum, pela Revolução Francesa, representando um poderoso governante a lamentar o fim de seu reinado. Mas, há mais de revolucionários e de pinturas com um título em espanhol que significa “Viva a Vida”. Poderia a música ser mais pessoal que histórica, o reconhecimento de que não somos donos de nossas vidas? Ou talvez a música seja mais inspirada pelas palavras de Jesus sobre ganhar o mundo ao custo de nossas almas em Mateus 16?

O título da faixa nos leva a Violet Hill, uma música para embalar, num estilo sombrio, tipo Pink Floyd, sobre um soldado expressando seu medo durante uma guerra. Na verdade, ela certamente fala sobre conflitos no Oriente Médio, com ambos os lados usando a religião para justificar suas ações. Esta bem poderia ser fonte da secura espiritual citada anteriormente.

Strawberry Swing é a música mais simples do álbum e isto parece ser intencional. Em contraste com a guerra e a morte, esta letra celebra a vida como um presente precioso, vazio sem amor. É uma música tão doce e pitoresca, que você pode até achá-la meio “celestial”.

A música Death and All His Friends, também pode ser o título alternativo para Viva La Vida e não deveria ser interpretada de forma negativa. Ela poderia ser entendida como uma música sobre a inevitabilidade da morte, ou, mais importante, sobre a abrangência da morte sem medo ou contribuindo para esta vida: “Não, eu não quero uma batalha do começo ao fim. Eu não quero um ciclo, reciclar vingança”. O álbum, então, conclui com uma faixa, que afirma: “Mentimos acordados e sonhamos em escapar”. Escapar para quê, exatamente? Para a próxima vida?

O que tudo isso significa? Com tantas questões colocadas, uma única interpretação desse álbum é algo impossível – geralmente uma característica da boa arte. Como em outras bandas clássicas da história do rock, as letras são críticas, abstratas, absurdas e, sim, até mesmo, às vezes sem sentido. Pode ser que o Coldplay simplesmente sinta que a sequência das canções do álbum sejam importantes para que a música flua, e não para expressar uma grande mensagem.

Mesmo se analisadas coletivamente, não há como negar que os temas espirituais prevalecem em todo o álbum. Viva La Vida parece tratar sobre como lidar com a morte num mundo corrompido pelo pecado, tentação e guerra. Embora isso nunca vá além da menção sobre Deus ou a uma referência teológica específica, as letras normalmente exprimem esperança e amor no desejo por um mundo melhor – utopia ou Céu, fica por conta da sua interpretação.

Talvez por isso as pessoas fiquem muito frustradas com um álbum tão compatível com trabalhos anteriores do Coldplay. Viva La Vida é, muitas vezes, provocante, espiritual e, aparentemente, quase identifica a Verdade maior, questionando e inspirando perguntas sem dar as respostas.


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(Traduzido por Ana Maria Rocha Neves)


quarta-feira, 4 de março de 2009

As estrelas parecem que são eternas, mas não são!

quarta-feira, 4 de março de 2009

As estrelas parecem ser eternas, mas não são. Elas nascem, vivem e morrem. Até mesmo o Sol, que é uma estrela (e não das maiores), um dia também vai acabar. Um dia daqui a cinco bilhões de anos... Os cientistas descobriram, entre outras coisas, que quando olhamos para o céu, uma parte das estrelas que vemos já morreram há muito tempo. A sua distância de nós era tão grande que, quando a luz que emitiram chega até aqui, elas mesmas já não existem, ou seja, mesmo depois de morrerem elas ainda influenciam o presente e o futuro daqueles que olham para sua luz.

A vida de grandes homens pode se assemelhar a essas estrelas, pois o que eles fizeram no período em que viveram transcende o momento de vida que tiveram.

Homens como Isaac Newton, Albert Einstein, Winston Churchill conseguiram, mesmo depois de suas mortes, influenciar a muitas gerações posteriores a eles.

O que nos impede de transcender o presente e, mesmo depois que nossa vida passar, nosso exemplo e pregação chegar ao futuro?

Talvez nosso próprio exemplo, ou nossa própria pregação não sejam dignos de se propagarem para as próximas gerações. A pregação diz respeito ao que se diz e acredita, mas o exemplo diz respeito ao que se faz acerca do que se acredita. Se ambas as coisas não estiverem sincronizadas, não poderemos ser luz para as próximas gerações.Quantos astros e estrelas já passaram pelo meio artistico e, depois que se foram nada ficou! A verdadeira estrela sabe que não vai durar para sempre, mas busca que sua mensagem vá além de sua existencia.

O futuro espera ansioso por posturas, exemplos e mensagens que transformem aqueles que lá estão.

A minha esperança é que surjam pessoas preocupadas em deixar para seus filhos, netos e demais proles, um mundo com sementes plantadas, prontas para germinarem. Que a nossa “luz” chegue o mais longe possível e possa influenciar o maior numero de pessoas.

Eu quero viver o Presente de maneira excelente, para quando o futuro chegar e o agora passar, tudo que eu vivi continue como a luz da estrela a brilhar.
 
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